Polícia

“Mano Kaio” ordenou ataques do CV em Manaus e é caçado no RJ

Foragido há três anos, o traficante e um dos líderes do Comando Vermelho (CV), Kaio Wuellington Cardoso dos Santos, de 25 anos, o “Mano Kaio”, é apontado como o mandante dos ataques criminosos da facção em Manaus. Ele é um dos alvos da operação “Coalizão do Bem” que acontece nesta sexta-feira (18) pelas polícias do Amazonas, Pará e Rio de Janeiro.

Segundo a polícia, “Mano Kaio” está escondido no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio. Além do chefe do trafico amazonense, outros investigados na operação também são suspeitos de enviar mais de R$ 126 milhões para fortalecer facção criminosa no Amazonas e comprar armas e drogas.

Durante a investigação, a polícia ainda identificou que a estrutura de lavagem de dinheiro também favorecia criminosos do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Conforme o G1 do Rio de Janeiro, até 8h25 (horário de Brasília), dez suspeitos tinham sido presos na Operação Coalizão pelo Bem, sendo oito em Manaus e dois em São Paulo. Entre eles estão Francisco de Assis Rodrigues Monteiro Junior e Raimundo Lima da Silva, no Amazonas, e Thais de Oliveira Lisboa, no bairro Brasilândia, em São Paulo.

Equipes ainda cumprem mandados de busca e apreensão em São Paulo e em Manaus.

Ações
De acordo com a Polícia Civil, 400 homens estão envolvidos na operação. Agentes do Pará e do Amazonas também compõem a força-tarefa.

Agentes do Departamento Geral de Combate à Corrupção, Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro visam cumprir 18 mandados de prisão temporária e 35 mandados de busca e apreensão.

Nas redes sociais, moradores relatam tiroteios e dizem que não estão conseguindo sair de casa. De acordo com o aplicativo Onde Tem Tiroteio, por volta das 6h45 muitos tiros podiam ser ouvidos na Rua Canitar, uma das principais vias do Complexo do Alemão. Criminosos atearam fogo em barricadas para dificultar o acesso da polícia na comunidade.

CV do Amazonas
​As investigações identificaram uma forte ligação entre o grupo criminoso do Rio de Janeiro e seu braço no estado do Amazonas, autointitulado “Comando Vermelho do Amazonas” (CVAM).

Os membros dos grupos criminosos se valiam do sistema bancário e de empresas de fachada para a remessa de valores do Rio de Janeiro para o Amazonas. Em um ano e meio os valores arrecadados pela quadrilha chegou a mais de R$ 126 milhões.

A quantia era usada para o fortalecimento da facção no Estado do Amazonas, para a aquisição de armas e drogas para o grupo criminoso do Rio de Janeiro.

O objetivo da organização criminosa amazonense era controlar territorialmente uma das principais rotas de tráfico da América Latina: a Tríplice Fronteira Amazônica, formada pelas cidades de Tabatinga-Brasil, Santa Rosa-Peru e Letícia-Colômbia.

A justiça determinou o bloqueio de até R$ 126.984.934,67 nas contas bancárias das empresas, dos suspeitos, além do sequestro de bens.

Ataques no Amazonas
O Amazonas viveu uma onda de violência entre 6 e 8 de junho. Ônibus, delegacias, viaturas policiais, ambulâncias, prédios públicos e agências bancárias foram incendiadas e alvo de tiros. Outras nove cidades também foram alvo de ataques.

Houve reflexos no comércio e nas aulas em colégios públicos e particulares e até a vacinação contra a Covid-19 foi suspensa.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), no total 74 pessoas foram presas e dois adolescentes apreendidos desde o início dos ataques. Tropas da Força Nacional, com 144 homens, chegaram ao Amazonas para reforçar a segurança e atuam desde o dia 10 de junho.

*Guilherme Peixoto e Leslie Leitão, do G1 Rio de Janeiro

WSP
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