Brasil

Quem são os cinco oficiais presos envolvidos em plano contra Lula e Moraes

Na manhã desta terça-feira (19), a Polícia Federal deflagrou a Operação Contragolpe, resultando na prisão de cinco pessoas suspeitas de planejar um golpe de Estado para barrar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e limitar a atuação do Poder Judiciário. As detenções foram acompanhadas por ordens de busca e apreensão, bem como medidas restritivas alternativas à prisão, como a proibição de contato com outros envolvidos, a entrega dos passaportes em até 24 horas e o afastamento de funções públicas. A operação contou com o apoio do Exército Brasileiro e teve alcance em estados como Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.

O plano desarticulado pela PF, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, incluía a execução do presidente eleito Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) com data marcada para 15 de dezembro de 2022. Além disso, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, também estava na mira do grupo, sendo monitorado constantemente. A operação, que se segue a uma série de investigações sobre atividades antidemocráticas, revelou um esquema complexo e potencialmente devastador para a democracia brasileira.

Detalhes dos presos na Operação Contragolpe
Hélio Ferreira Lima
Ex-comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais de Manaus, Hélio Ferreira Lima foi destituído de seu cargo em fevereiro de 2024, após investigações ligadas a tentativas de golpe relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com vasta experiência em Operações Especiais, Lima faz parte do grupo de elite do Exército Brasileiro, conhecido como “kids pretos”, especializado em missões sigilosas de alto risco. Durante seu depoimento à Polícia Federal, optou por permanecer em silêncio.

Mário Fernandes
General reformado, Mário Fernandes foi assessor do deputado Eduardo Pazuello (PL-RJ) e ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Bolsonaro. Após deixar o governo, assumiu uma função de liderança no PL, na Câmara dos Deputados, onde atuou como assessor de Pazuello. Ele foi afastado de suas funções públicas por decisão do ministro Alexandre de Moraes em março de 2024. Quando convocado a depor, preferiu manter o silêncio, argumentando que não teve acesso integral ao conteúdo da investigação.

Rafael Martins de Oliveira
Major das Forças Especiais, Rafael Martins de Oliveira é acusado de negociar com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, a logística e o financiamento de um movimento golpista em Brasília, com a promessa de R$ 100 mil para mobilizar manifestantes. Em conversas de novembro de 2022, ele discutiu os custos com Cid, incluindo hospedagem e alimentação. Rafael já havia sido preso em fevereiro de 2024 e estava usando tornozeleira eletrônica após ser libertado.

Rodrigo Bezerra de Azevedo
É doutorando em Ciências Militares e possui especializações em operações de guerra não convencional. Formado pela Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), ele tem vasta experiência em missões internacionais e, até recentemente, comandava a Companhia de Comando do Comando Militar da Amazônia. Azevedo também faz parte do grupo “kids pretos”, uma unidade de elite do Exército, especializada em operações estratégicas.

Wladimir Matos Soares
Policial Federal, Wladimir foi preso na Operação Contragolpe sob a acusação de envolvimento em um plano para a execução de um golpe de Estado no Brasil. A operação tem sido parte de uma série de investigações que buscam desmantelar tentativas de subverter a ordem democrática.

O que são os “kids pretos”?
Os “kids pretos” são militares altamente treinados em Operações Especiais do Exército Brasileiro, conhecidos por usarem gorros pretos durante suas missões. Esses profissionais passam por uma formação rigorosa em locais como o Centro de Instrução de Operações Especiais e o Comando de Operações Especiais, e são especializados em combate a terrorismo, guerra não convencional e operações em ambientes de alta complexidade. Seu trabalho é sigiloso e exige aprovação direta do Comando do Exército.

WSP
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