Mais um sócio do laboratório PCS Labs Saleme é preso
Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, filho de Walter Vieira, também sócio, se apresentou espontaneamente à polícia, segundo o advogado
Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, sócio do laboratório PCS Labs Saleme, envolvido no caso dos exames falsos que resultaram na liberação, para transplante, de órgãos infectados com o vírus HIV, foi preso nesta quarta-feira (23/10).
Filho de outro sócio do laboratório, Walter Vieira, que já estava preso, Matheus teria se apresentado espontaneamente à polícia, segundo o advogado Afonso Destri, que protestou contra a prisão.
“A decisão é absolutamente ilegal e constitui clara antecipação de pena, sem processo, sem julgamento. A decisão não traz qualquer fato concreto que autorize a prisão preventiva. Matheus sempre colaborou com as investigações, tanto que sequer foi alvo de prisão temporária. Impetraremos habeas corpus contra essa ilegalidade”, disse o advogado.
A medida se dá por determinação da 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, no estado do Rio, que decretou a prisão preventiva de seis pessoas, entre sócios e funcionários do laboratório PCS Labs Saleme.
Também foram decretadas as prisões dos funcionários do laboratório Adriana Vargas dos Anjos, Jacqueline Iris Barcellar de Assis, Ivanilson Fernandes dos Santos e Cleber de Oliveira Santos, que já estão presos.
Os sócios do laboratório, Walter e Matheus Vieira, são parentes do deputado federal Doutor Luizinho (PP-RJ), ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro.
O deputado disse que conhece o laboratório há mais de 30 anos, mas disse que jamais participou da contratação deste ou de qualquer outro laboratório. Ele ainda disse desejar uma punição exemplar para os responsáveis pela contaminação.
A SES realiza uma sindicância sobre o laboratório. O Ministério da Saúde informou que fará uma auditoria. O serviço do laboratório está suspenso desde setembro e ele foi interditado.
Walter Vieira foi preso no último dia 14, em uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Foram cumpridos mandados busca e apreensão em 11 endereços, sendo um deles na sede do laboratório em Nova Iguaçu (RJ).
Os sócios do laboratório PCS Lab Saleme afirmam que há indícios de erro humano nos testes de HIV realizados em doadores de órgãos. Esse erro teria resultado na infecção de seis pacientes que fizeram os transplantes.
“Resultados preliminares da sindicância interna apontam indícios de erro humano na transcrição dos resultados de dois testes de HIV, o que levou à infecção de seis pessoas”, escreveu o laboratório em nota enviada ao Metrópoles.
Metrópoles