Pulseira de rastreamento do Covid-19: problema ou solução?
Enquanto essa lamentável pandemia que assola o mundo parece distante do fim
(se é que um dia haverá, de fato, fim), buscam-se meios para equilibrar o exercício
das liberdades individuais e a manutenção de níveis razoáveis de contaminação, a
fim de evitar sobrecarga dos sistemas de saúde.
Assim, como alternativa à imposição de absoluto isolamento, governos têm buscado conciliar o desejo de seus cidadãos por mínima circulação com a garantia de níveis de segurança adequados. Essa tática passa pela utilização de controles, como dispositivos de monitoramento de cidadãos que momentaneamente podem oferecer riscos aos demais.
É o caso de Israel que, recentemente, passou a distribuir braceletes eletrônicos a viajantes que retornam ao país, viabilizando que estes permaneçam em casa (sob monitoramento) em vez de passarem duas semanas de quarentena em hotéis. O dispositivo, a prova d’água, tem por objetivo “dedurar”, a autoridades, viajantes que violam o período mandatório de isolamento.
A ideia parece promissora, pois, ao viabilizar a estada dos viajantes em suas casas (e não em hotéis custeados pelo governo), a estratégia em tese prestigia o conforto e bem-estar dos viajantes, bem como reduz o custo do Estado e evita situações de superlotação em hotéis.
No mais, deve haver rigorosa restrição de acesso aos dados, bem como o pronto descarte após o alcance da finalidade, de modo que a exposição dos indivíduos se dê na exata medida necessária para viabilizar o propósito idealizado.