Faleceu na manhã de hoje, aos 78 anos, o escritor amazonense Márcio Souza, vítima de um infarto. Souza, que também era jornalista, dramaturgo, editor e roteirista, tratava-se de diabetes. A família ainda não divulgou o local do velório e sepultamento.
Márcio Souza começou sua carreira como crítico de cinema e, ao longo dos anos, se destacou como autor de obras como “Galvez – Imperador do Acre” e “Mad Maria”. Sua trajetória incluiu cargos importantes, como diretor do Departamento Nacional do Livro e presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte).
Além de sua carreira literária, Souza teve uma forte atuação no teatro e cinema, enfrentando censura e perseguição durante a ditadura militar. Foi também acadêmico titular da Academia Amazonense de Letras.
Como cineasta, dirigiu o filme “A Selva” e escreveu obras que exploram a cultura e história da Amazônia. Sua obra “Mad Maria” foi adaptada para uma minissérie de televisão, ampliando ainda mais sua popularidade. Nos últimos anos, dedicou-se a explorar a história da antiga Província do Grão-Pará em sua teatrologia.
Seu romance “Operação Silêncio” reflete sua experiência com a censura política e discute o papel social do artista durante o regime militar.
NOTA DE PESAR
O governador Wilson Lima lamenta, com grande pesar, o falecimento do escritor amazonense Márcio Souza, nesta segunda-feira (12/08), e decreta luto oficial de três dias no estado. Também jornalista, dramaturgo e cineasta, Marcio Souza deixa um imenso e rico legado para a literatura brasileira, sendo um dos grandes nomes da Cultura do Amazonas e do Brasil.
Nascido em Manaus em 1946, estudou Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP) e escreveu grandes obras literárias como Galvez, O Imperador do Acre; A Caligrafia de Deus; Lealdade, pelo qual recebeu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), em 1997; e Mad Maria, seu livro de maior destaque e que deu origem à minissérie de mesmo nome, de Benedito Ruy Barbosa, produzida pela TV Globo em 2005.
Márcio Souza também teve destaque como cineasta e dirigiu o filme A Selva. Ele foi, ainda, professor assistente na Universidade de Berkeley e escritor residente nas universidades de Stanford, Austin e Dartmouth, além de ter sido diretor da Biblioteca Nacional e presidente da Funarte. Atualmente, atuava como diretor da Biblioteca Pública do Amazonas e ocupava a cadeira de nº 25 da Academia Amazonense de Letras.
O governador Wilson Lima se solidariza à família e amigos do escritor e ressalta a importância que Marcio Souza teve para o estado, contando a história do Amazonas e da Amazônia para o mundo com imenso e singular brilhantismo.