Amazonas

Políticas públicas culturais no Amazonas em debate na Conferência Estadual

Neste domingo (21), teve início a 3ª Conferência Estadual de Cultura no Amazonas, um evento dedicado ao debate de políticas públicas culturais e à formulação de propostas a serem apresentadas durante a 4ª Conferência Nacional de Cultura, marcada para ocorrer de 4 a 8 de março, em Brasília. O encontro, que se estende até terça-feira (23), está sendo realizado no Centro de Convenções Vasco Vasques.

A conferência reúne artistas, agentes culturais, representantes da sociedade civil e mais de 150 delegados eleitos, tanto na capital quanto no interior do estado. Durante três dias, intensos debates sobre os rumos da cultura nos próximos anos estão sendo promovidos.

“Democracia e Direito à Cultura” é o tema central tanto da conferência estadual quanto da nacional, orientando as discussões e direcionando propostas em nível local e nacional. Além disso, na conferência estadual, serão escolhidos os delegados que representarão o Amazonas na capital federal em março.

Um dos aspectos marcantes do encontro é a participação ativa das delegações do interior do estado. Um exemplo inspirador é o caso da professora Albernice Teixeira Peixoto, eleita delegada durante a 1ª Conferência Municipal de Cultura de Nova Olinda do Norte, localizada a 135 km de Manaus.

A jornada para chegar à conferência é emblemática, demonstrando que a determinação em pensar e promover a cultura supera qualquer desafio. Albernice compartilha sua experiência: “Nós viemos de Nova Olinda ontem. Saímos ao meio-dia de lancha até a comunidade do Rosarinho. Aí, pegamos um ônibus até Autazes. Em Autazes, a gente pegou outra lancha e chegou na estrada AM-254, onde são, aproximadamente, uns 93 quilômetros até o Careiro da Várzea, de onde pegamos outra lancha, que atravessa o Rio Negro, e chegamos aqui em Manaus”.

Para Albernice, as discussões culturais no Amazonas são ainda mais cruciais devido à diversidade cultural do estado. Ela destaca a importância de valorizar a cultura local, afirmando que “a cultura é a raiz, é a identidade de um povo, e Nova Olinda tem uma cultura muito rica, a diversidade do povo lá é enorme, é imensa. Por isso, quanto mais a gente valorizar a nossa cultura local, mais identidade nosso povo vai ter”.

Essa rica diversidade cultural do Amazonas é um elemento crucial nas discussões que moldarão o futuro da cultura no estado e influenciarão as propostas levadas à conferência nacional. Aprofundar essas reflexões e valorizar as raízes culturais torna-se fundamental para o enriquecimento e fortalecimento da identidade cultural amazonense.

De acordo com o secretário de Cultura e Economia Criativa do Amazonas, Marcos Apolo Muniz, o diálogo direto com o governo federal levou a esse momento importante de realizar a Conferência Estadual de Cultura.

“Uma belíssima estrutura para receber tanto os artistas quanto os gestores, não só da capital, mas também dos municípios do Amazonas, para debater aí propostas, ideias que vão para participar da conferência nacional e entrar aí tanto no plano nacional de cultura como também fazer parte do nosso plano estadual”, disse o secretário.

Marcos Apolo também afirmou que a proposta trazida pelo MinC casou com as determinações do governador Wilson Lima. “O governo Wilson Lima, desde quando começou a sua gestão, vem falando em nós estabelecermos esses novos marcos nas políticas públicas de cultura no estado do Amazonas”, afirmou.

Evi Goffin

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