Amazonas

Estudantes de Harvard conhecem prevenção e diagnóstico de malária no Amazonas

Iniciativa faz parte do curso de Saúde Pública de Harvard

Visando reforçar os estudos sobre a importância da atuação do Sistema Único de Saúde (SUS) no combate à malária no estado do Amazonas, a Fundação de Vigilância em Saúde – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas, acompanhou, na primeira quinzena deste mês de janeiro, a visita técnica sobre prevenção e diagnóstico contra a doença realizada pela turma do “Curso Colaborativo de Campo em Saúde Pública Harvard-Brasil 2024”.

A capacitação é uma realização da Escola de Saúde Pública Harvard TH Chan, da Universidade do Estado do Amazonas e do Programa Brasil da Universidade de Harvard Centro David Rockefeller de Estudos Latino-Americanos, e segue até o dia 19 de janeiro. No dia 5 de janeiro, os estudantes conheceram o enfrentamento a doenças no Amazonas coordenadas pela FVS-RCP.

Os estudos em campo ocorreram, de 9 a 11 de janeiro, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Manaus, na comunidade fluvial Nossa Senhora de Fátima, na região do Tarumã-Mirim, Zona Rural de Manaus; Parque das Tribos, área indígena na zona oeste da capital, e em Iranduba (a 27 quilômetros da capital).

No decorrer das visitas às três localidades, os estudantes de saúde pública de Harvard conheceram a realização do diagnóstico para malária em Laboratório de Diagnóstico de Malária, no Tarumã-Mirim; atendimento de saúde indígena na Unidade de Saúde da Família na Parque das Tribos; e o controle vetorial em Iranduba, com borrifação intradomiciliar, instalação de mosquiteiros impregnados com inseticidas e coleta de sangue para diagnóstico.

“Além de conhecer como funciona o enfrentamento a doenças, é importante os estudantes realizarem essas visitas e identificarem as técnicas e estratégias que são adaptadas à região.  Conhecer o funcionamento do Sistema Único de Saúde, o SUS, é compreender a integração entre profissionais, comunidades e recursos para promover uma saúde pública eficiente e acessível a todos”, destaca a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim.

Durante as visitas, realizaram o acompanhamento técnico da turma de estudantes, pela FVS-RCP, o chefe de Departamento de Vigilância Ambiental, Elder Figueira, e a gerente de Doenças de Transmissão Vetorial, Myrna Barata. “Esse tipo de colaboração internacional proporciona visão mais abrangente das questões de saúde pública, especialmente no contexto amazônico com todas as suas particularidades”, ressalta Elder.

A professora titular da Escola Harvard de Saúde Pública, a doutora em demografia Márcia Castro, ressalta que as visitas técnicas proporcionam, aos alunos, a identificação dos desafios e oportunidades de enfrentamento a doenças.  “O objetivo dessas visitas que estamos realizando é mostrar a realidade do SUS na Amazônia, expondo também as oportunidades de utilizar ideias criativas para aprimorar os serviços de saúde”, afirma a coordenadora.

De acordo com uma das participantes do curso, Isabel Cristina Mendes, a experiência é muito enriquecedora, pois é totalmente diferente do que os estudantes estão acostumados a vivenciar em termos de saúde pública. “Sou do Rio de Janeiro, então não temos frequentemente esse tipo de oportunidade. É interessante observar como uma comunidade consegue se organizar diante de suas dificuldades”, destaca a participante da turma que inclui alunos brasileiros.

Foto: Letícia Araújo /FVS-RCP

Sobre o curso

O “Curso Colaborativo de Campo em Saúde Pública Harvard-Brasil 2024” destaca temas como HIV/AIDS, malária e tuberculose. Os participantes trabalham em grupos, utilizando uma abordagem de resolução de problemas, para analisar fatores ambientais e socioeconômicos no Brasil associados a essas doenças e outros desafios de saúde pública. Os participantes têm uma dinâmica de produzir um trabalho colaborativo e apresentar ao final do curso.

Durante a programação, participaram, ainda, pela FVS-RCP, de aulas teóricas do curso, como convidados, Elder Figueira, chefe do Departamento de Vigilância Ambiental (DVA); Myrna Barata, gerente de controle de doenças por vetores – malária no DVA; Lara Bezerra, coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose do Amazonas no DVE; e Jair Pinheiro, gerente de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE). Jair também participou como moderador de grupos de trabalho sobre HIV/Aids e tuberculose. As aulas ocorreram na sede da Escola Superior de Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas.

WSP
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