Ajuda humanitária a Gaza é suspensa por falha na rede de comunicações
É o segundo dia em que sistemas de comunicação estão inoperacionais
Os sistemas de comunicação na Faixa de Gaza estão inoperacionais nesta sexta-feira (17), pelo segundo dia consecutivo, fazendo com que as agências de ajuda humanitária suspendessem as entregas pela fronteira com o Egito.
“Gaza recebe agora apenas 10% dos alimentos necessários diariamente e a desidratação e a subnutrição estão aumentando, com quase todos os 2,3 milhões de pessoas no território necessitando de alimentos”, disse o porta-voz regional do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas para o Oriente Médio, Abeer Etefa.
“As pessoas enfrentam a possibilidade imediata de morrer de fome”, alertou.
“Com poucos caminhões a entrar em Gaza e nenhum combustível para distribuir os alimentos, “não há forma de satisfazer as atuais necessidades de fome”, disse.
De acordo com Abeer Etefa, a ruptura da rede de comunicações, que é crucial para coordenar a entrega da ajuda, agravou ainda mais a situação.
A agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA) informou que nenhuma entrega seria feita hoje no sul de Gaza, a partir do Egito.
“Vimos combustível, alimentos, água e assistência humanitária serem usados como arma de guerra”, disse a porta-voz da agência, Juliette Touma.
O combustível é necessário para os geradores que alimentam sistemas de comunicação de emergência, hospitais, centrais de dessalinização e outras infraestruturas críticas em Gaza.
Israel tem entrado mais profundamente na Cidade de Gaza e as suas tropas têm procurado no maior hospital de Gaza, Shifa, vestígios de um centro de comando do Hamas que os militares alegam estar localizado debaixo do edifício.
Os militares têm mostrado imagens do que dizem ser a entrada de um túnel e armas encontradas em um caminhão dentro do complexo, mas ainda não há nenhuma evidência do centro de comando, que o Hamas e Shifa negam existir.
Histórico recente
O ataque sem precedentes do grupo islâmico palestino Hamas contra o Sul de Israel, em 7 de outubro, deixou mais de 1,2 mortos, e 240 reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com o corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
A guerra entre Israel e o Hamas, que continua a ameaçar se espalhar por a toda a região do Oriente Médio, fez até agora na Faixa de Gaza 11,5 mil mortos, na maioria civis, 29,8 mil feridos, 3.250 desaparecidos sob os escombros e mais de 1,6 milhão de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.