Brasil

O recuo de Bolsonaro

Dois dias após os discursos antidemocráticos de 7 de setembro, Jair Bolsonaro voltou atrás e disse que “agiu no calor do momento” . O presidente foi aconselhado pelo antecessor Michel Temer a divulgar um ‘manifesto de pacificação’ intitulado ‘Declaração à Nação”.

A divulgação do documento repercutiu entre parlamentares e autoridades: “O leão virou um rato“, declarou o governador João Doria.

E durante o encontro com Bolsonaro, Michel Temer sugeriu uma ligação para Alexandre de Moraes, que foi alvo dos ataques do presidente. Bolsonaro topou a ligação no ato.

A divulgação do documento repercutiu entre parlamentares e autoridades nesta quinta. Veja abaixo:

João Doria (PSDB) – governador de São Paulo: “O leão virou um rato! Grande dia!”

Helder Barbalho (MDB) – governador do Pará: “Muito bom ver que o bom senso e o equilíbrio venceram, que o radicalismo foi derrotado. Parabéns ao presidente Bolsonaro por voltar atrás e ao ex-presidente Michel Temer por ajudar o Brasil a entrar na rota da estabilidade e da harmonia entre os poderes. Como disse no dia 7,é hora de trabalhar para resolver os problemas reais do povo brasileiros: a inflação, o desemprego, o alto custo de vida e o desenvolvimento travado. Bora lutar pela vida, bora trabalhar!”

Arthur Lira (PP-AL) – presidente da Câmara: “Tudo o que aconteceu e estava fora do script, a gente pode colocar como o fervor da política, emoção do momento. De uma certa forma, eu não sei o que levou cada um às ruas, mas o presidente da República acertamente serena os ânimos. Ele recomeça um movimento em direção aos poderes, porque o país é maior que qualquer instituição, qualquer presidência de poder, até que a presidência da República.”

Rodrigo Pacheco (DEM-MG) – presidente do Senado: “A declaração à nação do presidente Jair Bolsonaro, afirmando inclusive que a “harmonia entre os Poderes é uma determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar”, vai ao encontro do que a maioria dos brasileiros espera. Respeito entre os Poderes, obediência à Constituição e compromisso de trabalho árduo em favor do desenvolvimento do país. É disso que o Brasil precisa e que vamos continuar defendendo.”

Marcelo Ramos (PL-AM) – vice-presidente da Câmara: “Não julgarei as motivações do presidente pra emitir a Nota Oficial em que pede desculpas e tenta uma pacificação. Há um país real muito sofrido esperando capacidade de enfrentar o desemprego, a fome e a inflação. Se o recuo do presidente servir a esses objetivos, vamos em frente. Que não sejam só palavras jogadas ao vento, como foram as últimas vezes e que não sirva para apagar todos os crimes cometidos até aqui.”

Omar Aziz (PSD-AM) – presidente da CPI da Covid no Senado: “O dia 09.09 é histórico. Dia que Bolsonaro fez autocrítica sobre a China. E dia que ele recuou na tensão com outros poderes. Se for ato genuíno é louvável. Se for jogada para liberação do recurso de precatórios para programas eleitoreiros em 22, é lastimável. Estaremos alerta!”

Rodrigo Maia (sem partido-RJ) – ex-presidente da Câmara: “O evento de terça foi um desastre pro Bolsonaro, e a nota agora uma humilhação.”

Randolfe Rodrigues (Rede-AP) – líder da oposição no Senado: “Torço para que isso seja refletido na prática, e que não sejam apenas palavras ao vento. Continuaremos vigilantes!”

Fabiano Contarato (Rede-ES) – senador: “Bolsonaro é o barril de pólvora que está implodindo o país. Fabricador de crises, viúvo de ditadura, péssimo governante, tiranete desequilibrado. Sua nota de hoje é mais uma vergonha para a República. Impeachment para este terrorista! Bolsonaro é um típico covarde manipulador! Faz da ameaça um método de governabilidade, p/ conseguir o que quer. E tem funcionado! Avança e recua, afrouxando todos os limites do Estado Democrático de Direito. É só aguardar o próximo ataque: ele virá!”

Vitor Hugo (PSL-GO) – líder do PSL na Câmara: “O que desejamos é que os poderes cheguem ao consenso, em harmonia, é assim que entendemos a nota do presidente Bolsonaro. A busca por harmonia, a busca pela independência dos poderes, a busca sim por respeito as decisões do parlamento e por respeito às decisões do nosso presidente.”

Alessandro Vieira (SE) – líder do Cidadania no Senado: “Li a cartinha do Temer que o Bolsonaro assinou. Será que agora o Temer passa a governar também? Será que vai redigir cartinha explicando mansões e rachadinhas? Vai vendo Brasil! Quem votou para “mudar tudo isso aí” faz o que? Espera cartinha para baixar o preço da gasolina?”

Humberto Costa (PT-PE) – senador: “Bolsonaro fez o que sabe fazer de melhor, gerar um crise, inflamar uma pequena parcela do Brasil contra às instituições e depois correr da sua culpa. Quanto maior a covardia, maior é o recuo. O que o Brasil ganhou? Mais 2 dias em que o presidente não trabalhou, só atrapalhou.”

Natália Bonavides (PT-RN) – deputada federal: “Em quase 3 anos de governo, Bolsonaro tem feito a mesma coisa: ameaça um dia e “recua” dois dias depois para se manter impune. Foi a complacência com essa atitude que permitiu a ameaça golpista feita por ele no dia 07. Não há nota que desfaça a ameaça golpista e o crime cometido!”

Carla Zambelli (PSL-SP) – deputada federal: “Quando o presidente Bolsonaro coloca uma carta dessa, em que ele se põe de humilde para poder harmonizar os poderes e fazer com que os poderes fiquem tranquilos, e que o Brasil ande para frente, aí vocês acham ruim. Porque para vocês, quanto pior melhor. Agora eu tenho certeza que a história vai mostrar, que o tempo vai mostrar que o presidente Bolsonaro estava certo.”

Fábio Trad (PSD-MS) – deputado federal: “Bolsonaro capitulou de suas intenções golpistas? Não vejo recuo sincero, apenas tática para sobreviver politicamente e continuar envenenando a democracia de outro modo. Prefere a eventual humilhação de uma desculpa insincera ao enfrentamento da crise que a sua leviandade gerou”.

WSP
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